sábado, 13 de novembro de 2010

Com os guias contados

Não sei para onde caminha o jornalismo cultural.

Eu me lembro que ler jornais era tão ou mais importante que tudo no dia. Hoje, muitas vezes, só vou abrir os jornais ao final do dia, quando todas as notícias importantes percorreram o Twitter e o Facebook.

Eu não me refiro às leituras aprofundadas sobre qualquer assunto, mesmo porque faz tempo que isso já não era mais encontrado nos jornais. Sobre cultura, o que está acontecendo de importante? Não está nos impressos essa resposta. E para mim, fica dia mais obsoleto abrir os jornais, porque sua importância cai em progressão geométrica, enquanto que o online cresce como fonte de informação mais democrática.

Não caio na discussão se o que se faz no online é jornalismo. É informação. Boa, ruim, checada, não checada, é ponto de partida para circulação de notícia. Se a fonte é séria, maior a possibilidade da postagem merecer credibilidade junto aos leitores.

Lembro da época que os guias culturais impressos chegaram como salvadores da pátria, para aliviar os cadernos que não davam conta da efervescência cultural. Esse mito de que "tudo está no guia" também faz parte do passado, os rodízios acontecem com critérios obscuros, e o online passou a ocupar a vaga de salvador da hora.

Aos poucos percebo que o online dos ditos veículos impressos também não são democráticos, mas tendem a reproduzir o "achatamento" de assuntos de seus cadernos culturais. Uma pena. Para usar um termo da moda, não vejo 'capilaridade' nessa forma de conduzir a plataforma online desses veículos impressos.

Marcia Marques
13/11/2010